Privacidade
A privacidade, na era das tecnologias de informação e comunicação, traz a possibilidade (muitas vezes ilusória) de decidir quando se deve ou não abrir mão dela. Esta possibilidade porém é cada vez mais tênue e precária na vida cotidiana e no ambiente de trabalho. Existem câmeras espalhadas por todo o espaço da vida urbana e os ambientes de trabalho costumam deixar a pessoa ou exposta o tempo todo ou isolada dos demais. A administração da fronteira entre o eu e os outros se torna complexa no nosso modo contemporâneo de vida. O sentimento de privacidade é necessário para se possa recuperar do coletivo, do olhar do Outro. Trata-se das condições necessárias ao pensamento e às reflexões. Para se estar sozinho, porém, é preciso o sentimento de pertencimento ao coletivo. Nossa sociedade tende a abalar tanto o sentimento de pertencimento ao coletivo quanto as possibilidades de privacidade. Nos ambientes de trabalho estas tendências se expressam da mesma forma e de modo dramático.
